Monday, June 28, 2010

 

Deus outra vez




Existe um mundo, onde cada um de nós veio existir por algum tempo.
À medida que vivemos, construímos uma representação interior do mundo, composto por memórias, imagens, sons, leituras, lugares, encontros, pessoas, acontecimentos, sensações, temores, etc. É o nosso mundo interior.


Tal como o grande mundo exterior também este é dinâmico. Muda um pouco todos os dias. Gradualmente, o mundo interior torna-se o nosso guia. Mapa utilitário para nos conduzirmos por entre as dificuldades e desafios do dia-a-dia, ganha importância proporcional a essa utilidade. E interpõe-se entre o nosso olhar e o mundo real. Com isso, a par da ajuda preciosa, provoca também um prejuízo imenso: deixamos de apreciar a enorme variedade de coisas belas que nos rodeiam. No nosso mapa, elas tornaram-se comuns e mesmo banais.


No mundo exterior existe Deus? Na realidade não sabemos.
Mas no mundo interior de cada um, pode existir ou não. Depende de cada um.
Cada um pode escolher conceber o mundo com Deus incluído, seja ele qual e como for – existe um considerável catálogo de religiões e deuses (atitude do crente).
Ou pode compor o seu mundo interior na convicção de que Deus não existe (atitude do ateu). Ou de que talvez exista mas é impossível saber (atitude do agnóstico).
Ou que existe, mas é inconcebível pelo espírito humano, portanto algo fora dos deuses privativos de todas as religiões (posição do teísta).

Sou um teísta convicto. O meu mundo interior tem Deus. Não saberei defini-lo bem, mas tenho muitas vezes tentado. Na realidade o meu Deus, o meu conceito de Deus, não precisa que o defina. Ainda que o conseguisse na perfeição, essa mesma definição, verdadeira para mim, caso fosse adoptada por outra pessoa tornar-se-ia de imediato falsa, inevitavelmente.

Deus excede a matéria, mas inclui-a. Podemos vê-lo, ouvi-lo, tocá-lo, cheirá-lo, saboreá-lo, fazer amor com ele, porque fomos feitos de matéria viva capaz de existir desta forma particular, absorvendo assim o mundo material que nos rodeia e de que somos feitos (nenhum átomo, nenhuma estrela, nenhum ser, por mais insignificante, existe fora de Deus).

Labels:


Saturday, June 26, 2010

 

Soneto a José Saramago

José Será Mago?


Com a caneta pinta novas vidas;
Vidas de papel, feitas de ilusão,
Com misturadas cores de outras vidas
- Destinos ao sabor da sua mão.


As vidas inventadas de outras vidas
Vão misturar-se às vidas dos leitores,
Em emoções veladas mas sentidas,
Levando a muitas vidas novas cores.


Vai semeando sonho e fantasia,
Acorda alguns do seu antigo sono,
E dá ao seu real nova alegria.


E uma simples mão, igual à maioria,
Diz sem saber ao mundo, que seu dono
É dono de uma espécie de magia.




Beja, Novembro de 1998
(Enviado ao José Saramago - Prémio Nobel da Literatura 1998
Publicado no Diário do Alentejo de 22 de Janeiro de 1999).

Labels: ,


Friday, June 25, 2010

 

Agressividade, dominância e submissão



Entre os mamíferos da mesma espécie estabelecem-se naturalmente hierarquias. Em cada relacionamento cada um estabelece instintivamente a sua posição (no caso dos humanos a avaliação instintiva é complementada pela avaliação cultural) e cada um classifica o outro – acima, abaixo, ou ao mesmo nível.
Pode haver choques e agressividade, simulada ou efectiva, entre avaliações que gerem antagonismo. Entre fêmeas ou entre machos da mesma espécie os níveis de agressividade sobem mais fácil e frequentemente (é comum ver cão brigar com cão, cadela com cadela; mas não cão com cadela).

Agressividade, dominância e submissão estão também fortemente implicadas no relacionamente entre os sexos. Não só nos mamíferos. São frequentes comportamentos agressivos entre os sexos, antes, durante ou depois da cópula (as cadelas mordem os cães que tentam copular; os leões arranham com o membro espinhoso a vagina das leoas durante a cópula; os burros mordem no dorso das burras durante o acto; a louva-a-deus mata o macho durante ou após a cópula, comendo-o).

Entre os humanos, de formas temperadas pela cultura, todas aquelas energias fluem nos relacionamentos. Mesmo assim, os casos de explosões de agressividade entre parceiros sexuais não são raros (uma percentagem significativa de jovens admite que já apanhou tareia do namorado; a violência doméstica é cada vez mais visível e condenada pela sociedade e pela Justiça; todos os anos dezenas de mulheres são assassinadas pelos companheiros ou ex-companheiros, só em Portugal).

Na dinâmica do casal existe de uma certa forma uma alternância saudável de comportamentos de dominância e submissão, que permite a não-acumulação de agressividade (por vezes o homem domina e a mulher aceita e aprecia esse domínio; por vezes a mulher domina e o homem aceita e aprecia esse domínio).

Se o padrão de relacionamento não permitir essa saudável alternância, as relações geram desvios neuróticos em ambos: o que permanece dominante, com o tempo torna-se autoritário, tiranete, eventualmente violento, psicológica ou mesmo fisicamente. O que é sistematicamente submisso baixa a sua auto-estima para níveis doentiamente baixos, que impedem o exercício normal das suas potencialidades.

No limite estão os comportamentos sexuais sado-masoquistas (práticas ditas BDSM, de bondage, domination, sadism, masochism) onde se encenam comportamentos de dominância e submissão, incluindo humilhação, por vezes com risco para a saúde e mesmo para a vida do dominado.
Considerados comportamentos desviantes pelas ciências médicas, não deixaram de ter os seus adeptos ao longo da história (na literatura, com o Marquês de Sade, Sacher-Masoch e outros) e mesmo na actualidade.

Durante o crescimento os indivíduos são expostos à dinâmica das relações humanas, sobretudo na família, depois na escola e no meio social envolvente.
Directamente, sentem desde muito cedo o domínio que sobre ele exercem os maiores (pais, irmãos mais velhos, etc) e observam e intuem os desníveis de poder nas relações entre os humanos. Aprendem que a vontade de uns se sobrepõe muitas vezes à vontade de outro, de formas variadas que vão desde a sedução à atemorização, por vezes passando pela palmada.

Precisam de aprender e geralmente aprendem que a alternância (entre dominância e submissão à vontade do outro) como o meio saudável de esvaziar os níveis de agressividade.

Os que crescem sem ter aprendido esse mecanismo podem tornar-se pessoas demasiado dominantes ou demasiado submissas (com reflexos decisivos nos seus percursos de vida e relacionamentos)

As famílias disfuncionais, os relacionamentos amorosos doentios, os comportamentos violentos, os comportamentos sociais disfuncionais, são muitas vezes protagonizados por pessoas que assimilaram mal aquela aprendizagem, ou cresceram elas próprias num meio (sobretudo familiar) que já era ele próprio o exemplo errado dos mecanismos de gestão do poder pessoal.

Em resumo, cada um precisa de aprender a exercer o seu poder pessoal e a relacionar-se com o poder pessoal alheio, com a flexibilidade suficiente para por vezes dominar (não se deixar amachucar) outras vezes ceder gentilmente ao outro, consciente que ceder ainda é uma forma possível de gerir o seu próprio poder (pela abstenção).
Assim, podemos temperar (humanizar) esta área do nosso aparelho instintivo, a que os outros animais têm simplesmente de obedecer.

Labels: , ,


Monday, June 21, 2010

 

Deus é tudo

O ser e o não-ser.
Ser: tudo o que existe, conhecido e desconhecido.
Não-ser: inclui tudo o que jamais será e tudo o poderá vir a ser.
Aquele que vive, enquanto vive, participa da existência divina.
Ao morrer, divide-se: os elementos do seu corpo dispersam-se na natureza, continuando a viagem pelo espaço-tempo-energia.
O eu individual desaparece no não-ser, o outro lado de Deus.
Mas subsiste uma diferença abissal:
Antes de existir, cada eu era uma possibilidade por realizar.
Depois da morte do corpo, cada eu deixa definitivamente de poder-vir-a-ser. Desaparece para sempre no não-ser.
Cada vez que se adormece, durante o sono sem sonhos, o eu desaparece, embora por pouco tempo, no não-ser. Com a morte desaparece para sempre.
Assim, embora não tenhamos nunca experimentado a morte física, estamos perfeitamente familiarizados com o desaparecimento do eu, ainda que temporário.
Nada de especialmente assustador.
Claro que o corpo, como animal que é, teme a morte (realidade desconhecida) e foge dela se puder. É natural.
Mas o eu não deve temê-la. O eu não morre. Apenas desaparece (coisa conhecida e fácil). O mais é autocomiseração. Não vale a pena.
A marca do eu porém, leva muito a desaparecer. A marca afectiva de cada eu nos eus que ficam continua pelo tempo, afectando directamente estes e indirectamente muitos outros.
Alguns, os criadores (profetas, escritores, poetas, pintores, artistas em geral), aqueles
capazes de marcar afectivamente (despertar afectos) mesmo nos que não os conheceram pessoalmente, influenciam incontáveis eus, por incontáveis períodos de tempo. Os grandes criadores geram emoções a milénios de distância da sua morte física (Jesus, Buda).

Labels: ,


Friday, June 18, 2010

 

A pena de morte


“O último fuzilado da América” - título do DN de hoje, 18.06.2010.

Um condenado à pena capital será executado desta forma.
É uma morte estúpida como outra qualquer mas interpela-nos sobre o sgnificado deste tipo de actos, praticado pelas autoridades em alguns estados.
Infligir a morte a alguém, em tempo de guerra pode até trazer recompensas e condecorações. Infligir a morte fora desse contexto, geralmente ocorre por destempero emocional, a quente, ou como dano colateral. Ou em virtude de perturbação mental, ocasional ou crónica.
A morte decidida a frio e executada a frio, é quse um exclusivo dos estados que aplicam a pena capital.
Aparentemente justificada como punição adequada a crimes graves, é em si mesma um acto repugnante, por exibir um desrespeito absoluto pelo valor da vida humana. Transforma os estados que a aplicam em assassinos frios. Os piores, onde nem o destempero das emoções nem a perturbação mental podem servir como atenuantes.
E faz dos cidadãos desses estados, seus representados, cúmplices de crimes sem perdão (por natureza, o homicídio não tem perdão possível. Só as vítimas podem perdoar e as vítimas de homicídios são as únicas privadas dessa possibilidade. O perdão antecipado não vale. Não se pode perdoar antecipadamente um mal cujo verdadeiro alcance se ignora, por nunca se ter sofrido antes).

Labels: ,


Wednesday, June 16, 2010

 

Os Guaranis

Ando a ler “O rastro do Jaguar”, de Murilo Carvalho. Um romance interessante e envolvente passado no final do século 19 no sul do Brasil e países vizinhos, no território que antes foi dos índios guarani.
Na época da chegada dos europeus, no século 16, viviam na América do Sul cerca de mil tribos índias, com diferentes línguas e culturas, perfazendo cerca de cinco milhões de pessoas.
A ocupação, violenta como quase sempre o mais forte exerce sobre o mais fraco, levou à destruição dos modos de vida, das culturas e das populações desses mundos algo primitivos, mas que desde havia séculos ali viviam, fortemente enraizados na natureza e parte dela.
Hoje em dia restam cerca de meio milhão, (mal) acomodados , procurando uma sobrevivência que não passa de pobreza que se reproduz, sem brilho nem perspectiva.
Quando estive no Brasil (Pernambuco) a dada altura estivemos em praias afastadas da cidade, onde a natureza ainda mostrava uma face algo bravia e lembro-me de ficar observando aquelas águas e aquelas matas, pensando que aquele mundo era o que restava de um outro, semelhante, mas com índios vivendo suas vidas a seu modo. Mundo que os europeus usurparam e de onde foram expulsos e em muitos casos extintos.

Tive pena por eles, pela perda que sofreram perante quem, vindo de fora, de lá dos oceanos, destruiu o seu mundo ancestral.
Foram mais algumas páginas de sangue e sofrimento, num livro onde muitas outras idênticas já se escreveram. O livro quase interminável do sofrimento que a humanidade tem infligido à humanidade, civilização após civilização, era após era.
Uma história pavorosa e apavorante, que não permite augurar nada de bom para as futuras gerações. Um destino cruel marcou geneticamente a natureza humana, que tudo fará sempre para que se cumpra.

Labels: , , , , , , ,


Tuesday, June 15, 2010

 

O futuro certo de Portugal

Vive-se o fim da primeira década do século 21. Uma década que começou com o atentado de Nova Iorque e terminou com uma crise financeira e económica à escala mundial, iniciada também em Nova Iorque.

Um pequeno país como Portugal, de escassos recursos naturais e um povo mal habituado em termos de valores, comportamentos e hábitos, vê-se nesta fase a braços com uma crise que é dupla: a que resulta do impacto interno da crise mundial e a que é endógena e sempre cá morou, fruto (amargo) de um modo de vida parolo e bronco.

Vemos e veremos ainda mais, a pobreza a alastrar a estratos populacionais antes defendidos aparentemente desses males.
Vemos um país superendividado, que não encontra caminhos para se equilibrar que não sejam os mais mesquinhos: aumentando impostos; apertando o cinto aos que menos podem; retirando ou diminuindo regalias sociais, extinguindo serviços de utilidade geral, acessíveis mesmo aos mais carenciados.

Portugal não soube crescer de forma sustentada e sólida. Cresceu nos padrões de consumo e nas obras faraónicas, a poder de subsídios europeus e de dinheiro emprestado pelo exterior. Entretanto:
Deixou a agricultura e as pescas ao abandono. Deixou ao abandono a generalidade dos sectores económicos produtivos. Expandiu, de forma megalómana as redes de distribuição de bens comprados a preços baixos no exterior, com dinheiro emprestado.

Um modelo económico destes, assente num consumo de bens importados com dinheiro emprestado, tinha tudo para se afundar. E vamos afundar mesmo.
Não estamos sós, mas com a desgraça alheia podemos bem.
Veremos coisas que há poucos anos pareceriam impossíveis: o Estado a reduzir salários e pensões. A reduzir (ainda mais) e a eliminar benefícios sociais essenciais à sobrevivência e segurança de vastas camadas da população. A retirar-se da saúde e da educação. A atrasar pagamentos a fornecedores, por falta de verba. A aumentar (ainda mais) os impostos.

A procura de um equilíbrio frágil que permita continuar a caminhar entre as nações civilizadas vai continuar, mas o caminho vai ser mais pedregoso, mais duro e quem tiver de o fazer tem de estar preparado para mudar de hábitos e aprender novas estratégias de sobrevivência num mundo socialmente hostil.
Ter estudos superiores vai ser muito mais difícil e caro. Além de inútil. Os empregos serão sempre muito menos do que os candidatos, em todas as áreas, à excepção talvez da medicina.
Justiça e forças de segurança serão cada vez mais impotentes para reparar os rasgões que a vigarice a criminalidade vão infligindo no tecido social.

O futuro de Portugal não é incerto. Está à vista: desastre e pobreza generalizada a níveis muito piores do que as gerações anteriores experimentaram. Emigração em níveis crescentes será, mais uma vez, a única válvula de escape. Fugir daqui, já que não se consegue cá viver, decentemente.

Existiu a esperança num país mais desenvolvido e mais justo. Mais civilizado. A par dos melhores para viver, não pela abundância, que não temos, mas pela qualidade de vida pautada pelo respeito pelos valores essenciais, pela dignidade da pessoa humana, onde os requisitos básicos para uma vida decente estivessem preenchidos para todos os portugueses, como obrigação fundamental do Estado. Essa esperança foi-se. Não só não se cumpriu, como chegámos aqui, à antecâmara do seu oposto.

Labels: ,


Friday, June 11, 2010

 

Educação sexual

A lei da educação sexual obrigatória nas escolas excede o bom senso. O bom senso recomenda que existam áreas da personalidade a que se convencionou chamar de esfera íntima. A sexualidade faz parte da esfera íntima de cada um. Onde só deve entrar, quando, de que modo, quem ou o quê e se o dono permitir. O mais, venha de professores, de pais ou de quem for, é abuso.
O que não invalida que todos os alunos tenham a informação básica sobre a fisiologia e a psicologia das relações entre pessoas, no campo amoroso e sexual. Bem como a informação básica sobre comportamentos e riscos.
Mas sem a fantasiosa e abusadora pretensão de educar. Disponibilizar informação sim. Formatar mentes não.
Conteúdos integrados em "saúde", enquadrados no objectivo geral desta área, esta sim, geral e obrigatória para todos, da prevenção de riscos e danos para a saúde (incluindo alimentação, exercício físico, cuidados com os medicamentos, comportamentos e hábitos de vida, cuidados com o descanso e o sono, promoção da saúde oral, etc.).
11jun2010

Labels: , ,


Wednesday, June 09, 2010

 

Vivendo e aprendendo

Vai-se vivendo e aprendendo (a viver).
Mas a idade engana como indicador de eventual sabedoria.
Encontramos jovens bastante sábios e velhotes que sempre foram uns tontos toda a vida.
Acontece a todos os que envelhecem, porém, sábios ou não, o mesmo erro de avaliação: crer que o seu saber, das suas vivências feito, pode ser transmitido a outrém. E vá de massacrar sobretudo os mais novos, com as suas visões, necessariamente pessoais, de quase tudo, convencidos de que podem transmitir algo aos outros. Errado. Cada um tem o direito e o dever de gerar a sua própria visão do mundo, dos outros e de si mesmo. Sem que a experiência alheia possa desempenhar papel algum. Só quem cai se pode levantar. Quando muito, com sorte, alguém ajuda nessa ocasião...

Labels: ,


 

Pensamentos guardados



Seguem-se um conjunto de pensamentos que me ocorreram e fui guardando no telemóvel:

Deus escreve direito por linhas tortas. Já nós, mesmo que escrevamos direito, haverá sempre quem veja tortas as nossas linhas.


Os outros. Espelhos onde nos vemos reflectidos. Distorcidos.
Somos nós e não somos nós.


Se estiveres em aflição, presta atenção. Se não chegar, pede ajuda a Deus. Rezar não serve. Ele ouve-te mas não pode fazer nada. Pede ajuda ao teu próximo, seja ele quem for. E Deus ajudar-te-á através dele.
Queres agradecer a Deus? queres amar a Deus? Rezar não serve. Ele ouve-te mas as palavras não lhe tocam. Agradece-lhe e ama-o amando o teu próximo, seja ele quem for. E Deus ficará radiante por tu o amares através do amor que dás à suas criaturas.



Nada vale o esforço. Mas ninguém acredita nisto, a não ser talvez tarde demais.



Amor: dar e receber calor.



Todos somos escravos. Das necessidades e dos condicionalismos. Internos e externos.
Ninguém pode, nem quer, libertar-nos.



Trata bem o teu corpo. Vive o mais leve possível e de vez enquando medita. Como se não tivesses corpo nem mente e fosses apenas uma presença.



Cada vida é um relâmpago entre duas eternidades:
A de antes continha a sua possibilidade. A seguinte já não.


Não gosto do capital.
Ele paga-me na mesma moeda.


Se tens saúde, dinheiro e amor, ainda que algum em dose mínima, és feliz. O resto são pormenores.


Custa menos ao Estado dar ao rico um milhão do que ao pobre um tostão.


No dia 14 de setembro de 2007 fomos à feira medieval de Alvalade-Sado. Durante a ceia, um “cavaleiro medieval” parou em frente da mesa dos doces e disse alto e bom som, dirigindo-se à única pessoa que escolhia doces (a Conceição): “Ó senhora, que sois tão lambareira, haveis de morrer de merda caganeira!”.
Hilariante...



Disse o outro: “Deixar de fumar é fácil. Eu próprio já deixei de fumar milhares de vezes.” De facto, assim é.
Voltar a fumar é ainda mais fácil, razão porque quase sempre se volta.
Até se perceber uma coisa bem simples e viver de acordo com ela: Não se pode abrir nenhuma excepção. O ex-fumador que cai com um, cai com um cento.
(Fumei pela última vez em 30 de Setembro de 2006).

Labels:


Friday, June 04, 2010

 

O que importa

Nâo me perguntem sobre o que é importante. Eu não saberia responder. Sei que a vida e o amor são importantes. Sei que a felicidade, ainda que fugaz, é importante. A alegria. A generosidade. E várias outras coisas. Mas não sei, além destas, quais são as coisas verdadeiramente importantes que, por desconhecer, não enumero.
Mas sei quais as coisas que não são importantes: quase todas as que geralmente nos ocupam os dias de vida, desde que nos entendemos como gente até ao nosso fim. A nossa mente ocupa-se e tortura-se, durante quase toda a sua existência, com insignificâncias.

Labels:


This page is powered by Blogger. Isn't yours?