Thursday, July 16, 2009
O futuro
Como será o futuro?
Essencialmente como o passado: A vida tentando e muitas vezes conseguindo, brotar, frágil e bela, de um emaranhado de circunstâncias, algumas favoráveis, outras terríveis,onde as injustiças, o sofrimento e a morte estarão sempre presentes, pelo menos como ameaça.
Essencialmente como o passado: A vida tentando e muitas vezes conseguindo, brotar, frágil e bela, de um emaranhado de circunstâncias, algumas favoráveis, outras terríveis,onde as injustiças, o sofrimento e a morte estarão sempre presentes, pelo menos como ameaça.
Labels: ameaça, futuro, morte, passado, sofrimento, vida
Wednesday, July 15, 2009
Nem orgulho nem vergonha
No site do sapo é feita hoje a seguinte pergunta: “Portugal deve orgulhar-se do seu passado?”
Observações:
1.Não posso responder por ele. Aliás, ele mesmo também não. Só as pessoas individuais podem sentir, seja orgulho, seja qualquer outra coisa.
2.E eu orgulho-me do passado de Portugal, se é isso que se pretende averiguar? Não, não me orgulho. Nem me orgulho nem me envergonho.
3.O passado de Portugal, nas suas grandezas e misérias, não é obra ou responsabilidade minha, por isso não há razão para dele me orgulhar – quanto às grandes realizações – nem me envergonhar – quanto às grandes crueldades e injustiças praticadas.
4.Gosto de ser português e gosto muito da língua portuguesa. Mas sei que ser e falar português é apenas fruto de uma teia de acasos. E sei que de modo igual apreciaria ter nascido noutro país, receber outra nacionalidade ou falar outra língua.
5.O mundo parecer-me-ia um pouco diferente nas vestes, mas idêntico no essencial.
6.Também não me orgulho nem me envergonho do presente de Portugal. Pela mesma razão.
Observações:
1.Não posso responder por ele. Aliás, ele mesmo também não. Só as pessoas individuais podem sentir, seja orgulho, seja qualquer outra coisa.
2.E eu orgulho-me do passado de Portugal, se é isso que se pretende averiguar? Não, não me orgulho. Nem me orgulho nem me envergonho.
3.O passado de Portugal, nas suas grandezas e misérias, não é obra ou responsabilidade minha, por isso não há razão para dele me orgulhar – quanto às grandes realizações – nem me envergonhar – quanto às grandes crueldades e injustiças praticadas.
4.Gosto de ser português e gosto muito da língua portuguesa. Mas sei que ser e falar português é apenas fruto de uma teia de acasos. E sei que de modo igual apreciaria ter nascido noutro país, receber outra nacionalidade ou falar outra língua.
5.O mundo parecer-me-ia um pouco diferente nas vestes, mas idêntico no essencial.
6.Também não me orgulho nem me envergonho do presente de Portugal. Pela mesma razão.
Labels: orgulho, Portugal, vergonha
Friday, July 10, 2009
Das leis
Há anos que venho observando a incrível proliferação de leis tecnicamente más e de complexa e por vezes impossível articulação com o ordenamento jurídico pré-existente. E a má qualidade das leis é a meu ver, a principal causa do mau desempenho do sistema judicial.
Por mais pessoas que se recrutem, alterações orgânicas, novos equipamentos físicos e electrónicos caros que se injectem no sistema, ele jamais conseguirá um desempenho próximo do aceitável, com leis tão desconchavadas.
A simplicidade é uma qualidade muito difícil e rara. Sempre defendi que as leis deveriam ser simples e claras, para poderem ser entendidas, condição indispensável para serem aceites ou pelo menos respeitadas pelos seus destinatários.
O caminho percorrido pelo legislador nos últimos trinta anos, foi o oposto. Nem os especialistas do Direito sentem já aquele mínimo de confiança no manuseamento das leis.
Felizmente, temos juízes de elevada craveira intelectual e humana, que conseguem introduzir na aplicação concreta do Direito, com prudência e sentido de justiça, a dose de bom senso que faltou ao legislador. Mas com elevados custos, económicos e de tempo, em prejuízo de todos.
Respeito muito o intenso labor de procuradores e funcionários, bem como de advogados, nos tribunais e nos seus escritórios, por vezes a altas horas e nos seus tempos "livres".
O gigantesco esforço diário de toda esta massa humana é geralmente menosprezado pelo público, que o ignora e só vê os defeitos do sistema.
Voltando ao princípio: a meu ver são as más leis que nos enredaram na escandalosa inoperância da Justiça, que acaba por ser injustamente imputada aos que a servem.
Quem tem poder de decidir não sabe fazer leis e quem sabe fazer leis é ignorado pelos que têm o poder.
Não creio que este beco tenha saída.
Por mais pessoas que se recrutem, alterações orgânicas, novos equipamentos físicos e electrónicos caros que se injectem no sistema, ele jamais conseguirá um desempenho próximo do aceitável, com leis tão desconchavadas.
A simplicidade é uma qualidade muito difícil e rara. Sempre defendi que as leis deveriam ser simples e claras, para poderem ser entendidas, condição indispensável para serem aceites ou pelo menos respeitadas pelos seus destinatários.
O caminho percorrido pelo legislador nos últimos trinta anos, foi o oposto. Nem os especialistas do Direito sentem já aquele mínimo de confiança no manuseamento das leis.
Felizmente, temos juízes de elevada craveira intelectual e humana, que conseguem introduzir na aplicação concreta do Direito, com prudência e sentido de justiça, a dose de bom senso que faltou ao legislador. Mas com elevados custos, económicos e de tempo, em prejuízo de todos.
Respeito muito o intenso labor de procuradores e funcionários, bem como de advogados, nos tribunais e nos seus escritórios, por vezes a altas horas e nos seus tempos "livres".
O gigantesco esforço diário de toda esta massa humana é geralmente menosprezado pelo público, que o ignora e só vê os defeitos do sistema.
Voltando ao princípio: a meu ver são as más leis que nos enredaram na escandalosa inoperância da Justiça, que acaba por ser injustamente imputada aos que a servem.
Quem tem poder de decidir não sabe fazer leis e quem sabe fazer leis é ignorado pelos que têm o poder.
Não creio que este beco tenha saída.
Labels: direito, leis, simplicidade, sistema
Wednesday, July 01, 2009
O problema do mal
O que é o mal? É a capacidade de fazer ou desejar a outrém algo que nos horrorizaria que fizessem a nós. Sobretudo fazê-lo com prazer, cruelmente, pervertidamente.
O mal – conhecê-lo e praticá-lo bem sabendo que se trata de mal - é um exclusivo da espécie humana.
O universo criou o simples e o complexo. Criou a vida e as suas variadíssimas formas, criou a espécie humana e dotou-a de um cérebro particularmente complexo. O cérebro humano é a criação mais extraordinária do universo conhecido. Paradoxalmente, é a morada exclusiva do mal.
Durante muitos milhões de anos, a vida existiu na terra e não existia o homem. O mal não existia.
Criado o homem, a mais recente criatura, nasceu a morada do mal.
Se um dia a humanidade se extinguir, a vida continuará, aqui ou noutros lugares do universo. Mas, provavelmente, o mal extinguir-se-á com ela.
O mal – conhecê-lo e praticá-lo bem sabendo que se trata de mal - é um exclusivo da espécie humana.
O universo criou o simples e o complexo. Criou a vida e as suas variadíssimas formas, criou a espécie humana e dotou-a de um cérebro particularmente complexo. O cérebro humano é a criação mais extraordinária do universo conhecido. Paradoxalmente, é a morada exclusiva do mal.
Durante muitos milhões de anos, a vida existiu na terra e não existia o homem. O mal não existia.
Criado o homem, a mais recente criatura, nasceu a morada do mal.
Se um dia a humanidade se extinguir, a vida continuará, aqui ou noutros lugares do universo. Mas, provavelmente, o mal extinguir-se-á com ela.
Labels: anos universo, cérebro, humana, males, morada, vida