Tuesday, April 24, 2012

 

Renascer

Depois de conhecer intimamente o sofrimento físico, vi que, no limite, posso enfrentá-lo sem medo (d)e morrer. Eventualmente renascer (se a tempo me ressuscitarem). Parece coragem. Ou inconsciência. É apenas confiança profunda e inabalável em Deus. Quer exista quer não. Eu existo nele e nele continuarei, de outro modo, após a morte física. Evidência de um milagre de proporções infinitas, que não cabe na minha capacidade limitada de entendimento. Mas vive intimamente na minha alma. A gota de água não poderia conhecer a dimensão do oceano. Nem quando viaja fora dele nem quando a ele regressa, ciclicamente. Mas conheceria (caso tivesse consciência - o nosso bem mais precioso) que faz parte de um oceano virtualmente infinito. E que a imensidão dele, tal como é, depende (também) de gotinhas como ela. Por isso, nada mais natural que regresse, sempre, ao seu lar natural, seja cada viagem serena ou tumultuosa, mais ou menos longa, mais ou menos (a)venturosa. Átomo consciente do Deus que não posso conhecer por fora (porque nem fora tem), sei que faço parte dele por dentro. Viajo no espaço-tempo. Não importa onde me encontre, sei que é sempre dentro. Existo deliciosamente impregnado desta verdade íntima, que cada átomo me sussura: “somos eternos”.

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