Saturday, June 23, 2018

 

A manipulação


A história humana tem várias constantes: trabalho, gregarismo, família, religião, comunicação, guerra, roubo, violência, entre outras.

A manipulação é também uma constante da história das sociedades humanas. Está presente em todas, de diferentes formas e basicamente consiste em alguns conseguirem convencer as massas a interiorizar idéias e a assumir verdades, consequentemente a adoptar escolhas e comportamentos que lhe são inculcados pelos manipuladores, mas percebidos pelos manipulados como fazendo parte da ordem natural das coisas.



As formas mais antigas, disseminadas e omnipresentes foram as religiões. Desde as formas primárias, pouco elaboradas da feitiçaria até às religiões animistas, politeistas e monoteistas. Explorando os medos. O medo do desconhecido, do sofrimento, das forças ocultas, dos entes superiores, bons ou maléficos, o medo da doença, da morte e do que lhe possa sobrevir. Um suma, a manipulação das mentes (mind control) através gestão dos medos.



A manipulação da ganância (vontade de fazer seu o que é dos outros) foi muitas vezes a força mobilizadora das vontades. As guerras são, independentemtne dos motivos invocados, basicamente, motivadas pelo desejo de roubar (territórios e riquezas alheias e a força de trabalho, já que a escravatura esteve quase sempre presente em muitas civilizações até ao século XIX e continua presente, em formas mitigadas, em quase todas as sociedades modernas).



A partir do século XVIII, o século das Luzes, a religião começou a decair como arma privilegiada da manipulação e foi sendo substituída pelas ideologias sociais e políticas (materialismo, comunismo, socialismo, nazismo, liberalismo, social-democracia, democracia cristão, etc.)



Modernamente, a disseminação generalizada dos media e a Era da Comunicação global, substituiram definitivamente as ideologias (e as religiões, salvo raras exceções, como o islamismo) como mecanismos de manipulação. Esta é feita agora de múltiplas formas, através dos meios de entertenimento, a publicidade, o marketing, a dispersão opinativa. A sucessão torrencial dos factos quotidianos, veiculada pelos media, não dá às mentes modernas qualquer hipótese de maturar seja o que for. Focará superficial e sequencialmente inúmeros motivos de atenção (sem nada aprofundar) seguirá as breves faíscas desconexas que o distraem do fluxo da vida e entorpecem as suas capacidades (alegando informá-lo) sobretudo a de decidir por si mesmo o que lhe convem. Impedido de ver os interesses que o manipulam “por detrás dos panos”, o cidadão moderno sente-se manietado e frágil.





Mas os velhos métodos de manipulação, em menor grau, continuam presentes, como a religião. Em todo o caso, é avassaladora a presença dos novos métodos na difusão e injeção de doses diárias de medos: medo do desconhecido, das doenças, da velhice desamparada, do sofrimento, da morte, do desemprego, da violência e do crime, dos acidentes especialmente os de viação, o medo de ser abandonado pelo parceiro, dos perigos que espreitam os filhos, do terrorismo, dos cataclismos naturais, da poluição, da toxicidade alimentar, das mudanças do clima, da sobrepopulação ou das invasões de migrantes, da sobreexploração da natureza e excassez dos recursos, da pobreza, da rejeição social, o medo da inimportância, etc. Todos estes medos são injetados, numa base quase diária, de forma subreptícia no subconsciente dos modernos humanos.





Para amenizar o desconforto geral que estas medos causam no seu espírito, os modernos são “convidados” a consumir. Consumir bens, experiências, viagens... e fazem-no compulsivamente, na medida das suas possibilidades e tantas vezes além delas.





Quanto mais se consumir, mais impostos o Estado cobra (metade dos seus rendimentos, o cidadão vê evaporar para os cofres do Estado). Este devolve uma parte em serviços públicos (muitas vezes de qualidade duvidosa), dissipa outra parte no seu próprio funcionamento e na corrupção que eleva os custos do que paga para níveis muitas vezes bem acima dos reais. E parte servirá para amparar o seu parceiro privilegiado: o sistema financeiro e bancário, que sempre que esteja em apuros sabe que o Estado lá estará para o amparar, com boa parte dos impostos dos cidadãos.


O sistema bancário, que permite e estimula o sobreconsumo e leva ao sobreendividamento, das empresas e das classes médias. E financia o próprio Estado, as grandes empresas, os clubes de futebol e os grandes investidores, especialistas em falcatruas.



Nunca se viveu tão bem do ponto de vista do conforto exterior. Já quanto ao bem estar interior, ele parece ter minguado na mesma proporção.

O futuro, se não houver mudanças bruscas, será a continuação e aprofundamento destas duas tendências: melhoria generalizada das condições exteriores de bem-estar material e diminuição dos níveis de bem-estar interior (angústias, incertezas e insegurança, que se vão tentando mitigar com consumos cada vez maiores de antidepressivos e ansiolíticos, desde idades cada vez mais precoces).








Monday, June 11, 2018

 

Deus é grande


Podemos buscar Deus, adorá-lo, ignorá-lo ou mesmo negá-lo. Creio que ele não se importa. Podemos fazer uso de uma certa liberdade, que ele nos deu (ou terá sido Lucifer, o anjo rebelde?).

Agradecer a Deus ter-nos criado e a cada instante continuar a insuflar-nos vida é uma atitude devida e nunca será demais. Podemos chamar-lhe oração. Deus não precisa disso mas o nosso reconhecimento é bonito e justo.

Também temos a capacidade de viver (dar e receber) amor. Mesmo imperfeitos e frágeis, como são belos todos os amores.

Somente Deus tem, de forma ilimitada, estes dois bens: amor e liberdade.

Em nós são desejos profundos da alma, jamais totalmente saciados. Quem sabe um dia? (sim, aquele dia – o do nosso fim terreno – o que mais tememos, pode ser a passagem para uma vida infinitamente maior e melhor. Já nos aconteceu um milagre desses, com a passagem do útero materno para esta vida. Em ambas as passagens há choro, o nosso na primeira e o de outros na segunda, mas ambas são necessárias. Quem sabe onde esta nos conduzirá?)

Friday, June 01, 2018

 

Sadhguru



Nos últimos tempos descobri na net (YTube) o Sadhguru. Foi uma descoberta muito importante. Em inúmeros vídeos, Jaggi Vasudev (Sadhguru) mostra graciosamente uma sabedoria tranquila, clara e certeira, fazendo luz sobre inúmeros assuntos de toda a ordem. Um grande sábio, na tradição indiana. O grande guru da atualidade. Apesar de a maioria dos vídeos ser em inglês, sem legendas, ele fala tão bem e pausadamente esse idioma que tem sido fácil segui-lo.

Venho absorvendo, a nível intelectual, mas sobretudo a nível mais profundo do entendimento da vida, uma poderosa influência positiva. Mesmo os seus cânticos, numa voz bela e entoações afinadas dão gosto ouvir. Vou continuar a segui-lo. É sempre inspirador.  Grande sábio Sadhguru.

 

Mestre DeRose



Nos últimos meses descobri a Mestre DeRose, grande impulsionador do Ioga no Brasil. Vi muitos vídeos interessantes no YT e li vários livros dele trazidos das bibliotecas. O meu interesse por ioga, que vem de longe dos meus vinte e poucos e andou hibernando por décadas, voltou a estar ativo.

Existem inúmeras linhas de ioga na India e no resto do mundo. O DeRose desenvolveu a Swastya Ioga, a mais antiga linha (das origens, há cinco mil anos, do povo Drávida, do nordeste da India) e sistematizou as leis gerais do ioga.
Há mais de dez anos porém ele abandonou essa área de formação, criando o Método DeRose de alta Performance. Segundo ele, trata-se de uma filosofia de vida, que promove o bem-estar físico (incorporando técnicas do ioga e alimentação isenta de carnes) psicológico (recondicionamento interior) e social (boas práticas bons relacionamentos, etc.)

Gostei de toda a filosofia, incorporei alguns treinos respiratórios e assumi mais consciência corporal nos gestos e posturas do dia a dia e voltei à alimentação sem carnes (desde meados de janeiro). Foi uma influência positiva. Obrigado DeRose.

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