Thursday, October 23, 2014

 

Esta semana



Esta semana estivemos em Lisboa. Conduzi por aqui:





E apesar de ter estado um dia lindo e ter corrido tudo bem, vim com uma sensação desagradável. Não consigo determinar a causa deste mal-estar.


À tarde passeei os meus cães, como habitualmente, por esta estrada da minha aldeia: 





E no dia seguinte (ontem) fui com a Conceição passar um excelente dia de praia aqui (S.Torpes):





A água do mar, aquecida pela central térmica ali ao lado, estava morna, extremamente agradável. Foi um banho de mar prolongado, o melhor deste ano (até agora).

Mas a sensação de mal-estar que trouxe de Lisboa, permanece, inexplicada.





Thursday, October 16, 2014

 

Voltei à primária





Ontem à noite fomos (eu e a Conceição) a uma reunião na sala onde fui aluno da 4.ª classe, em 1969 (inaugurando a escola). Passaram 45 anos, mas algo do que então fui reencontrou-se ali. Um reencontro feliz, nesse lugar onde aprendi algumas coisas, sofri as palmatoadas da professora Felicidade(!) e as angústias perante matérias mais bicudas ou pelos trabalhos de casa em falta (brincar com os outros miudos era bem mais interessante...).



Sunday, October 05, 2014

 

Olhares


                                                      
"Na rua deixei de ver gente livre. Cruzo-me com os escravos das escravaturas diversas, todos apropriadamente agrilhoados, e mais cegos do que eu. Lamento-os. Tanto sofrimento assumido como «a ordem normal»  Isabela Figueiredo, in novomundoperfeito.blogspot.pt

Os meus olhos azuis, míopes, apontavam repetidamente "escravos, escravos, olha tantos escravos!" e eu não queria ver. Era triste demais para ser verdade.

Mas há por aí outros olhos a mostrar o mesmo. A realidade, por detrás dos seus múltiplos disfarces e mentiras, acaba por revelar sempre a sua face oculta.





Thursday, October 02, 2014

 

Ler, escrever, viver.




1. Ler é, com sorte, um exercício de prazer e busca de compreensão. É também muitas vezes, um mergulho na complexidade da vida, vista por outros, que exploraram alguns aspectos da realidade e nos oferecem o resultado das suas reflexões.



Esse mergulho no complexo pode ser muito interessante, mas devemos levar connosco sempre o fio de Ariane, que nos permite regressar ao porto de salvação. O porto de salvação é a simplicidade do contacto direto e imediato com o real.



Se tivermos dificuldade em regressar, basta afagar o nosso cão, passear com ele, observar a incrível beleza da sua relação natural e simples com a realidade. E beber dessa água. A água viva que o real permanentemente faz jorrar sobre todos os seres vivos. E a todos mata a sede,  exceto ao ser humano, que dela teima em se desviar.



2. Escrever também é uma busca de compreensão (de nós mesmos e do mundo a que pertencemos) e um prazer. Um pequeno luxo que a existência nos permite. Escrever é estar a sós sem estar só verdadeiramente. Estão connosco as influências profundas de muitos outros, da vida e dos livros.
 
 
3.  Ler e escrever também são viver. Viver em diferido, podendo parar para refletir, rever. Viver sem os riscos inerentes. Tão bom. 
     Mas a vida de verdade é em direto. Sem rede, sem hipótese de parar, voltar atrás um segundo e mudar o destino (quem dera por vezes poder fazê-lo...). Arriscado, mas tão bom. Pena que acabe.
 


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