Wednesday, April 27, 2011

 

Vislumbre de Infinito

"Conhece-te a ti mesmo" Sócrates

Hoje tive um vislumbre do que verdadeiramente sou.
Um vislumbre do Infinito de que faço parte.

Maravilhei-me por observar
Essa aparente impossibilidade:
O Infinito dentro do Finito.

A chave que abriu a mente para essa descoberta
chama-se consciência.
Não a consciência comum, ocupada com tudo o que a mente continuamente lhe fornece.
Mas simplesmente a consciência da consciência.
Deus dentro de um mortal.

Agora, vejo-me completo: uma presença de Infinito num ser limitado e finito.

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Wednesday, April 20, 2011

 

Olá, velhos heróis!

Na minha juventude adorava ler revistas de quadradinhos e de aventuras.Aventuras sem fim, do Fantasma, Mandrake, Tarzan, Batman, Super-Homem, Bufallo Bill, índios e cow-boys. Disney e companhia. As aventuras dos cinco e da catatua, da Enid Blyton.
Lia muito e trocava livros e revistas com os meus amigos.

A dada altura, de repente, perderam todo o encanto. Deixei-as de lado para sempre. Mas confesso que por vezes tenho um pouco de saudade, não dos meus heróis, mas de mim, do tempo em que a capacidade de sonhar era uma fonte inesgotável de prazer.

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Monday, April 18, 2011

 

Um rei para si

Sendo cada um de nós um ser vivo, da espécie humana, sujeito a uma teia de constrangimentos biológicos, psicológicos e sociais complexa, indecifrável e avassaladora, temos ainda assim, sempre, uma ânsia de liberdade, ou pelo menos da sensação de liberdade. Precisamos da ausência, ainda que ilusória, de constrangimentos.
Por isso, o castigo mais comum dos criminosos é a prisão, a privação da liberdade, física, mas também psicológica, já que a submissão a um pequeno universo com regras e restrições particulares, das quais a ausência de liberdade é apenas a principal, força o espírito do preso a ocupar a mente com muito do que de outra forma ignoraria.
Precisamos quase tanto de liberdade como de oxigénio. Sem este não podemos viver; sem esta não podemos viver condignamente.
Mesmo arriscando a prisão, o espírito amante da liberdade deve permanecer profundamente rebelde, não admitindo que no seu pequeno mundo de que é rei e senhor, seja quem for o diminua abaixo da sua nobre e real condição. Mesmo preso, deve continuar a ser, para si mesmo, rei.
Somente morto será pó e nada, como todos os reis.

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Beleza e simpatia

Vemos com os olhos, mas sobretudo com a mente.
O que os olhos levam à mente é filtrado e interpretado imediatamente de forma dinâmica. E é o resultado assim filtrado que a mente vê, associando-lhe e sobrepondo múltipla informação, atual e anterior, cognitiva e emocional.
Devido a isto, a beleza das pessoas é percecionada de forma bastante distorcida. As pessoas belas, se adotarem um ar antipático, distante, superior, de desprezo, etc, um dos da vasta gama de atitudes de distanciamento, parecem muito menos belas.
As pessoas, ainda que feias, que usem habitualmente um comportamento amigável, simpático, sorridente, amistoso, não parecem feias, parecem mesmo bonitas.
Conheci imensas pessoas feias, muito simpáticas, ao ponto de não poder considerá-las feias (só lhes reconhecendo a feiura nas fotografias). E algumas pessoas muito belas, que pelo ar distante, ficam menos belas, menos reais, como apenas belas imagens, sem coração a bater lá dentro.
(A fotografia, sendo objetiva, mostra a verdade: os belos surgem belos, os feios surgem feios).

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Friday, April 15, 2011

 

Maravilha eterna

Quer os deuses existam quer não;
Quer haja vida inteligente além da Terra quer não;
Quer haja vida além da morte quer não;


A existência da existência
É um facto assombroso,
Um milagre permanente.


E eu pensar e pensar isto,
Sentir-me parte dessa assombrosa realidade,
Não cessa de me maravilhar.

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A minha morte

A minha morte - facto futuro certo, de momento incerto - não me preocupa por aí além.
Enquanto eu estiver, ela não está; quando ela estiver, eu já não estou.
Esse encontro certo não passa de um desencontro certo.

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Tal pai, tal filho.

Pai - Não sei porque é que ninguém gosta de mim... Eu sei, é porque eu digo as verdades. E ninguém gosta de as ouvir. Nem tu já gostas de mim como gostavas. Também me condenas.
Eu
Não condeno não. Aprendi há muito a aceitar as pessoas como são. Para mim não têm defeitos. Tudo o que outros lhes podem apontar como defeito, para mim fazem parte e são apenas a sua maneira de ser. Tudo me parece normal e bem. Gosto mais de umas do que doutras, mas não tenho azar a ninguém e nunca ninguém me tratou mal. Talvez porque as pessoas não sentem em mim quaisquer espinhos que as possam aleijar e assim não sentem necessidade de eriçar os seus contra mim.
Ou talvez apenas tenham pena de mim por ser muito míope. Não sei. Sei que saí uma pessoa muito pacífica e compassiva com todos e essa maneira de ser tem sido boa.
Não sei até que ponto é mérito meu, por querer desde muito novo ser assim, ou herança genética generosa dos meus antepassados. Não sei a quem saí assim, mas agradeço a sorte.


Pai:
saíste a mim.
(Pois claro! Saí e ele, que é o oposto, de quem todos fogem para evitar ter de bater num velhote raivoso, que bota abaixo tudo e todos, eriça espinhos sempre e por sistema, pica antes que alguém o pique, talvez por medo de ser picado. Alguém disse que a raiva é um disfarce do medo. A causa da raiva inesgotável do meu pai permanece para mim um mistério).

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Wednesday, April 13, 2011

 

Elogio da diferença

Elogio a diferença.
Gosto da diferença das cores, dos sabores, dos sons, das espécies, das árvores, das flores, dos frutos, dos animais, das raças, dos credos, dos gostos, das gentes.
Das diferenças de opinião e de pontos de vista também.

Todos aumentam a variedade do mundo, a biodiversidade, natural e cultural.
Quanto mais diverso melhor e mais interessante.

Nos seres humanos, é sabido que o que uns adoram, outros abominam. E daí?
A única coisa chata e sem graça é que alguns abominam os que não se parecem consigo mesmos: os outros, os diferentes, na cor, na raça, na nação, na língua, nos credos, nos gostos e até na classe social.

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Questionário

Existem algumas grandes questões que ficarão por entender desta minha breve passagem pela vida:

1.Qual a justificação para a existência e persistência do sofrimento imerecido dos seres sencientes?
2.O que é a fé religiosa e porque consegue mobilizar inúmeras mentes inteligentes de todas as civilizações e de todos os tempos para, entre outras, práticas de extrema intolerância e crueldade, geralmente justificadas apesar de injustificáveis?
3.Porque é que em quase todas as civilizações existe uma acumulação e concentração extrema da riqueza nas mãos de alguns, coexistindo com a pobreza ou miséria da imensa maioria da população?
4.Apesar do progresso assombroso de partes consideráveis da humanidade e da difusão alargada do conhecimento e da mobilidade das pessoas, estas, enquanto pessoas, não evoluíram quase nada ou nada nos últimos milhares de anos. Algum dia haverá um salto qualitativo e o ser humano será diferente, para melhor?
5.Porque é que a sexualidade humana, sendo algo reconhecidamente prazeroso, foi quase sempre ou sempre objeto de forte repressão?

Respostas provisórias, talvez definitivas:

1.Não existe justificação alguma. Ele resulta e é um dos múltiplos efeitos do cruzamento de energias e formas, umas mais simples outras mais complexas, que se cruzam no espaço-tempo, segundo leis parcialmente identificáveis, sem um propósito geral conhecido nem necessidade de qualquer justificação.
2.Uma necessidade humana profunda, ligada ao medo da morte e à busca contínua de compreensão e de significados. Essa necessidade é manipulada por pessoas ou grupos, para obter poder.
3.Porque nalguns a ânsia de poder (mãe de tantas guerras e latrocínios) é saciada pelo acúmulo de riqueza. Já para a maioria das pessoas, mentalmente mais saudável, uma vida comum serve muito bem. Mas como a riqueza tem limitações (e mesmo que a riqueza cresça muito, em virtude do progresso científico e tecnológico, a ânsia dela cresce pelo menos na mesma proporção), a acumulação de alguns é conseguida pelo trabalho escravizante e pela pobreza de muitos mais.
4.Não.
5.Porque esse foi um dos meios privilegiados de controle social dos grupos de pessoas, a par do medo. Sendo o sexo, basicamente, um instinto promíscuo, deixado livre, formaria humanos demasiado apreciadores da liberdade, muito difíceis de manipular pelos chefes políticos e religiosos. A castração simbólica foi sempre a arma mais poderosa utilizada pelas elites para conter e disciplinar as massas, pondo-as ao serviço dos seus interesses. Nos judeus, desde há milhares de anos, a circuncisão marca profundamente a psique através da dor no sexo, preparando-a para toda e qualquer submissão futura (condição facilitadora do holocausto nazi). Nalguns povos, sobretudo em África,  infligir a dor no sexo é restrito às meninas, através da mutilação genital feminina (MGF), que além do trauma psíquico acrescenta a impossibilidade de orgasmo, tornando a submissa realmente castrada, adequada à posição subalterna que o homem lhe reserva na sociedade. Felizmente, na maioria das civilizações a castração é meramente simbólica, conseguida através da forte repressão da sexualidade. Mesmo assim, obtém o seu propósito: gerar submissos.
Como subprodutos gera, entre outros, a prostituição, o fráfico de seres humanos para exploração sexual e a pornografia.

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Monday, April 11, 2011

 

Achado na net

Entre a catadupa de coisas e loisas que chega ao meu mail diariamente, achei estes conselhos, idênticos a muitos outros que por aí circulam:

Trabalha como se não precisasses do dinheiro, ama como se nunca tivesses sido magoado e dança como danças quando não há ninguém a ver-te!

Achei piada porque eu sigo há muito estes conselhos, sem saber...

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Wednesday, April 06, 2011

 

Coisas grandes e pequenas


Coisas grandes e da maior importância para a humanidade estão a acontecer a cada instante por esse mundo fora. Coisas pequenas também.

Da minha pequena vida, absolutamente irrelevante para o andamento do mundo (e ainda bem) observo à distância algumas dessas coisas grandes, embasbacado.

Algumas coisas pequeninas, que passam no meu pequeno mundo, chamam a minha atenção. E eu dou-lha, carinhosamente. Para que não fiquem ignoradas de todo, submersas no maremoto dos grandes acontecimentos.

A coisa pequenina cresce um pouco e embeleza-se para mim, que com a minha atenção benévola verdadeiramente lhe concedo a existência.

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