Monday, December 11, 2017

 

Deus: Amor e Universo.



    Desde cedo e frequentemente ao longo da vida os temas das religiões, da fé, de Deus, da espiritualidade, etc. vão sendo por mim explorados, sob a influência de vários textos e autores.
    São questões importantes que acabam por cruzar com outras igualmente centrais para o conhecimento do mundo e para o autoconhecimento.
     Uma das questões que sempre me intrigou foi o da existência do sofrimento aparentemtne imerecido dos seres vivos. Enquanto a morte, embora dificil de aceitar se percebe como uma necessidade de renovação permanente da vida, deixando cair uns para que outros se levantem e vivam, o sofrimento dos seres vivos, sobretudo o sofrimento aparentemente imerecido sempre resistiu a ser compreendido e aceite.
      Outra grande questão, observando a história da humanidade e a sua situação atual (essencialmente semelhante) facilmente se verifica a omnipresença do mal, como se a natureza humana ou parte dela, a avaliar pelos seus atos, seja a de uma criatura maligna, senão criada, peo menos manipulável e manipulada, em escala gigantesca por entidade ou entidades demoníacas.
     Acredito que somos (como toda a criação) uma emanação divina, especialmente bem conseguida, mas especialmente manipulável. E que forças do mal aproveitaram e aproveitam essa nossa fragilidade, para nos usar em seu benefício (hoje, como em toda a história conhecida da humanidade - guerras, roubos, torturas, perseguições, escravatura, extermínios, mortandades sem fim.)
    Acredito que Deus é, no polo material, toda a matéria do universo, do qual conhecemos uma gota e ignoramos um oceano infinito. E esse é o lado complexo e denso de Deus. Mas Deus tem outro lado: o polo espiritual - aí Deus é simples e levíssimo, na verdade sem peso algum. Deus é Amor. Deus ama-se. E é esse amor que faz mover todos os átomos do universo. Sem ele, o movimento cessa e toda a matéria, que é energia em movimento, sem ele, desaparece. O próprio tempo deixa de existir. Deus dorme.
     Quando Deus acorda, volta a amar-se e o universo, por força desse amor, volta a existir, ou a mover-se o que é exatamente o mesmo.
     Se somos de alguma forma semelhantes a Deus, também devemos considerar os nosso dois polos, material e espiritual. Também alternamos sono e vigília, existindo e cessando, nessa pequena morte simbólica que é o sono de cada noite.
     A força que nos impele a existir é a mesma de Deus – o amor. O amor, na sua simplicidade, é também extremamente frágil, qualquer força se lhe pode interpor, fazer-lhe sombra, fazê-lo desaparecer (aparentemente). Tal como a luz, na sua grandiosa simplicidade, permite que qualquer objeto grosseiro se lhe anteponha, criando sombras.
    O nosso centro físico da energia espiritual é a zona do coração. Se pudéssemos ser sempre guiados, iluminados pelas verdades e sabedoria do coração, seríamos semi-deuses, ainda que mortais. Porém, quase sempre somos demasiado influenciados e até dominados por outros centros – básico (orgânico) sexual, visceral (emocional) e mental (a fria razão).
    Finalmente, a avaliar pelos factos, a humanidade é manipulada por forças maléficas, que bloqueiam o amor e fazem florescer o seu contrário. O que é contrário do amor? Não, não é o ódio, isso é apenas visceral e mental. O contrário do amor é o desejo de poder. Poder sobre o outro, sobre a natureza e os animais, poder sobre tudo o que puder ser manipulado, até o cosmos, se nos deixarem.
    O desejo de poder é o lado demoníaco da natureza humana. Parece provir de algo sinistro que, por inveja, não sendo capaz de criar – pois só Deus, ou seja o amor, pode criar - então ocupa-se de manipular, até onde possa, a criação favorita de Deus, o homem. A humanidade parece a vítima perfeita dessa ignóbil força obscura, que tem sido chamada de Satanás. Inúmeros humanos parecem ser decisivamente conduzidos por verdadeiros filhos dilectos de Satanás. Espíritos negros e astutos espíritos das trevas, espíritos sem coração (sem amor), que guiam com mão de ferro criaturas humanas na aparência, mas tristes fantoches na verdade. Todos os que detêm o poder, político, financeiro, religioso, mediático, etc, começaram por desejar o poder, e continuam, sistematicamente, a desejar mais poder. Isso agrada aos seus mentores, cujos prazeres são, através da manipulação, afirmar a sua existência e a sua importância no contexto da criação. Sem coração, todo o sofrimento que arrastam, lhes é totalmente indiferente, como é indiferente à chuva a inundação que mata, ao vento o ciclone que destrói, ao fogo tudo o que reduz a cinzas.
     Somos seres bipolares, como Deus – com polo material e polo espiritual. Porém, altamente manipuláveis, como à saciedade mostra a nossa história e a atualidade. A nossa única salvação é centrarmos a nossa atenção, centrarmos o nosso ser na importância decisiva do amor. Por amor, tudo vale a pena. Sem amor, tudo é fútil, mesquinho, sem valor, apenas brilho efémero que engana ou distrai.
    Amemos a nós mesmos – tal como Deus. E deixemos que esse amor transborde para os outros, para tudo o que nos cerca, para o universo (que é afinal Deus também). Só assim a vida vale a pena. E todo o amor que nascer de nós, fluir de nós, será o nosso tesouro. O único que levaremos desta breve passagem pela vida.

(Esta é uma reflexão pessoal sobre temas sobre os quais sei que não sei e não confio no que disseram ou dizem outros que se arrogam saber. Portanto são meras hipóteses e não afirmações).






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