Monday, May 25, 2009

 

Ser e sentir

Quem adora os animais e se relaciona profundamente com alguns, desenvolve essa linguagem primordial com que todos, animais e humanos, viemos equipados – a linguagem afectiva em estado bruto – que os animais usam espontaneamente(e as crianças muito pequenas) e que os humanos geralmente perdem ou fica atrofiada pela educação, desde tenra idade, num mundo imperfeito. Num mundo em que a desconsideração pelo (sentir do) outro começa cedo. Em que os poderes e as hierarquias e sobretudo a chamada luta pela vida, se sobrepõem aos sentimentos, tantas vezes espezinhando-os.
Essa segunda natureza, socialmente talhada no nosso ser é a que cremos pertencer-nos e com a qual nos identificamos mais. Menosprezamos, por básica e menor, a nossa primeira natureza, comum a grande parte do reino animal.
Por isso será sempre muito difícil exprimir, em linguagem humana, os sentimentos que vivem no amor inter-espécies, porque pertencem à linguagem primordial, comum a grande parte do reino animal, a que virámos costas. E nos fizeram acreditar que assim é que é, que somos algo, não somos meros animais. Desses usamos e abusamos. Sem deixar de, por força do hábito (da insensibilidade ou desconsideração pelo interesse do outro) fazermos muitas vezes também a outros humanos males que nenhum animal faz a outro.

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