Thursday, March 31, 2011

 

Osho

“Minha confiança na existência é absoluta.
Se houver alguma verdade naquilo que estou dizendo,
isso irá sobreviver...
As pessoas que permanecerem interessadas no meu trabalho
irão simplesmente carregar a tocha, mas sem imporem nada a ninguém...

“Permanecerei uma fonte de inspiração para o meu povo,
e é isso que a maioria dos saniássins sentirá.
Quero que eles desenvolvam por si mesmos qualidades como o amor,
à volta do qual nenhuma igreja pode ser criada;
como consciência, que não é o monopólio de ninguém;
como celebração, deleite;
e que se mantenham rejuvenescidos, com os olhos de uma criança...

“Quero que as pessoas conheçam a si mesmas,
que não sigam as expectativas dos outros.
E a maneira é indo para dentro.”

Osho

Labels:


Wednesday, March 16, 2011

 

Crime anunciado

Por vezes, felizmente não muitas,
um consulente perturbado confessa-me
que talvez vá cometer um crime violento.
Ouço-o e aconselhou-o a afastar da mente tais idéias.

Se acaso não me ouvir e vier a cometê-lo,
não pode contar comigo como defensor.

Labels: , ,


Thursday, March 10, 2011

 

Crime e castigo

Enquanto advogado há mais de duas décadas, já tive oportunidade de defender os interesses mais diversos e tive os clientes mais variados. Essa experiência de contato humano é naturalmente muito interessante e alarga-se muito com o contato também com muitos magistrados, judiciais e do ministério público, funcionários judiciais, colegas advogados, autoridades policiais diversas, pessoas na posição de partes contrárias, testemunhas (de ambos os lados) e até mirones rotinados em assistir a julgamentos por mero desfastio.

Não sendo um sabe-tudo, por vezes vejo-me na obrigação moral e profissional de remeter um ou outro caso para colega mais entendido ou especializado em matérias menos frequentes ou que me surgem como território mais desconhecido (sobretudo administrativo e fiscal).

Como advogado generalista, já estive (na área criminal) muitas vezes do lado da vítima, ajudando a reforçar a acusação, mas a maioria das vezes defendo réus pela prática dos mais diversos crimes, geralmente de pequena ou média gravidade.

Por dever de ofício já estive na posição de defender oficiosamente homicidas voluntários. E voltarei a fazê-lo se para isso for nomeado.

Mas recusei e recusarei o mandato forense para defender o homicida voluntário, pela razão seguinte:

Uma vez condenado, é legítimo ao homicida voluntário recorrer da pena aplicada, por achá-la sempre excessiva, como é natural.

Ora, aí eu não poderia acompanhá-lo, porque qualquer pena aplicada ao homicida voluntário é, a meu ver, sempre curta, jamais excessiva. Não poderia apresentar em recurso argumentos para a sua diminuição quando em consciência sempre acharia o contrário.

Sabendo que não o posso acompanhar no previsível recurso, também não devo aceitar a defesa na primeira instância.




Mas porque é que eu acho que a pena aplicada ao homicida voluntário é sempre insuficiente?!

Porque esse é o crime capital, o único que verdadeiramente não tem perdão (porque quem poderia perdoar já não existe).

Nos crimes contra o Estado, este, reunidas as condições que entenda, pode perdoar.

Os crimes contra o património podem ser sempre perdoados, sobretudo se houver restituição do indevidamente obtido ou destruído.

Os outros crimes contra as pessoas podem ser perdoados pela vítima, assim o queira.

Por isso, qualquer pena pode ser vista como excessiva, pois sempre o crime, se perdoado, não teria pena alguma.

Só o homicídio voluntário não tem remédio nem perdão. É de uma gravidade extrema e sem par. Por ser absolutamente irreparável, toda a pena que, uma vez cumprida total ou parcialmente, permita a liberdade do homicida, é insuficiente e nessa medida injusta, porque dá como acertadas as contas com a justiça e a sociedade, o que é impossível nestes casos.

A pena mais próxima da pena justa seria, em teoria, a prisão perpétua. Qualquer outra está tanto mais afastada da justiça quanto menor for.
(Já a pena de morte, por alguns defendida, não é apropriada, por cair o Estado na prática do mesmo comportamento inamissível que condena, entrando em contradição insanável e inviabilizando a correção de eventual erro judiciário).

Da mesma forma, entendo que a pena de prisão por homicídio voluntário jamais deveria ser encurtada num só dia, por efeito de amnistia, liberdade condicional ou qualquer outra.

Eis porque não estou habilitado a patrocinar a defesa de homicidas voluntários. E no caso de ser nomeado defensor, só vou até à decisão de primeira instância.

Labels: , , ,


Wednesday, March 09, 2011

 

Salazar


Devo à Providência a graça de ser pobre
António de Oliveira Salazar


Sendo um adepto ferrenho da liberdade, encaro mal as ditaduras e os ditadores.

Encaro a liberdade como tão essencial à saúde do espírito como o ar puro à saúde do corpo.

Mas, sendo a política uma “guerra sem derramamento de sangue” (Mao tse Tung) pode ser para um povo mais vantajoso ter um grande chefe que saiba ditar que um bando de oportunistas e mentirosos, especializados em facilitar o saque dos recursos do Estado, com desprezo e enfado pela miséria e o desespero dos que nada têm e nada podem.

Uma sociedade decente não precisa de ser rica. Uma sociedade rica não é necessariamente decente (não o é se desrespeitar os valores humanos essenciais e a dignidade de cada cidadão, que está ligada pela base às condições mínimas de existência).

Da mesma forma, um homem não precisa de ser rico para ser decente.
E um homem rico não é necessariamente decente.

Salazar veio do povo. Foi pobre.
Foi um homem decente, um grande chefe político e um sábio.
É muito raro poder encontrar essas três qualidades reunidas no mesmo homem.

Não gosto de ditaduras porque amo a liberdade.
Isso não me impede de admirar “o nosso” ditador.

Labels: , , , ,


Friday, March 04, 2011

 

Mulheres da minha vida

A minha avó paterna, Mariana (Maria + Ana).
A minha avó materna, Mariana (Maria+Ana).
A minha mãe, Ana.
O meu primeiro amor, Rosane (Rosa + Ane ou Ana).
A minha mestre no sexo, Maria Fernanda.
A minha primeira mulher, Ana Maria.
A minha filha mais velha, Ana Margarida.
A minha filha mais nova, Maria do Carmo.
A minha segunda mulher, Maria da Conceição.


Parece que o meu destino atrai mulheres com o nome de Ana ou Maria
(ou ambos).
Curiosamente, são os nomes da avó e da mãe da figura que desde sempre mais admiro, Jesus Cristo.

Labels: , , ,


Tuesday, March 01, 2011

 

Beja

Labels: , ,


 

A vida

A vida é coisa muita séria
Muito mais séria
do que consigo perceber.
Eu não posso saber
mas sei.

P'ra viver
olhamos tudo na vida
menos a ela.
Tudo parece belo
mas é apenas luz refletida.

Bela é a vida
que não vemos
senão talvez
no instante supremo
em que a perdemos.

Labels: , ,


 

A liberdade esquecida

O progresso científico e tecnológico acelerado das últimas décadas, acompanhado de um enorme alargamento do acesso ao conhecimento, escolarização e cuidados de saúde, permitiram aumentar grandemente a riqueza mundial produzida, diminuindo pelo menos na mesma proporção a penosidade do trabalho necessário para a produzir.

Esta mudança veloz trouxe inúmeros efeitos algo imprevisíveis. O mais dramático é a criação de enormes excedentes de força de trabalho. As máquinas substituíram o homem, com enormes vantagens e ganhos de produtividade, primeiro nas tarefas que exigiam força e destreza, depois nas tarefas que exigiam intelecto e memória.

O que poderia ser o princípio de uma nova era para a humanidade - a da libertação da escravatura milenar do trabalho, restringindo este às pessoas que o fazem por prazer e vocação, não já por necessidade de sobrevivência, tornou-se um problema crescente sem solução à vista: o que fazer a milhões de pessoas manifestamente excedentárias?
O problema atinge sobretudo os países tecnologicamente mais avançados, mas o desemprego e falta de horizontes é uma mancha gigantesca em muitas zonas do globo.

Depois de milénios de escravatura e sofrimento, a humanidade já quase esqueceu um dos seus desejos mais profundos, soterrado sob a tralha do dia-a-dia, na luta pela sobrevivência, com a mente obstruída por lixo informativo e de recreação que diariamente a entope – o sublime desejo de ser livre.
Em vez disso, clama por trabalho (chama-lhe direito ao trabalho) ou seja, suplica pelo seu lugar no ciclo infernal de trabalho/consumo, onde parece querer a todo o custo desperdiçar o breve tempo da sua existência.
Deveria clamar por vida digna em liberdade, com ou sem trabalho.

As sociedades estão organizadas para servir fins próprios, que pouco beneficiam a enorme maioria da população e muito beneficiam os poucos que sabem como surfar a onda de injustiças, enriquecendo com o sofrimento alheio.

Ora, a meu ver, as sociedades deveriam orientar-se pelo bem de todos, colocando sempre em primeiro lugar, o bem das pessoas concretas atuais, procurando deixar para as pessoas vindouras um mundo pelo menos tão equilibrado e limpo como o que encontraram.

PESSOAS PRIMEIRO implica para o Estado garantir: a paz, o pão, saúde, habitação, educação. A todos, sem exceção, quer trabalhem quer não. Só isso justificaria a existência do Estado e os altíssimos e variados impostos que cobra.


O trabalho, visto de cima, é uma virtude muito apreciada. Visto de baixo é um castigo para a maioria. Deveria ser sempre voluntário. A alegria de o realizar a primeira motivação. O pagamento sempre secundário.

Labels: , , , , , ,


 

Carros da minha vida


Os carros que de alguma forma foram meus, porque os conduzi um bocado e parecia ou era dono deles (as imagens são de modelos idênticos):


1. 1978 (Julho). Quando tirei a carta de condução, aos 18 anos, em Évora, o meu pai tinha um VW carocha, 1200, de cor cinzenta. Já tinha uns anitos mas deu-me muito prazer conduzi-lo. Era o “meu” primeiro carro e andar com o dístico de 90 na traseira do mesmo (condutor recente) era até engraçado, aos 18 anos.







2. 1982 (Julho). O meu pai comprou o Austin Allegro amarelo, que conduzi logo após acabar o curso de Direito em Lisboa e regressar a Jungeiros. Fiz com ele o estágio de Advocacia em Beja. Dava um bocado nas vistas mas gostei bastante dele. Tinha muita genica e era bastante confortável. 







3. 1988 (Julho). Comprei o meu primeiro carro, o Seat Marbella, de cor preta. Andava todo contente com esse novo brinquedo, dava aulas no Liceu de Beja e logo em Março de 1990 , tive um despiste com grande susto e perda do carro.







4. 1990 (Março). Comprei o Peugeot 304, branco, em segunda mão, já com uns bons anos. Também gostei do conforto do carrito, sobretudo porque andava felicíssimo por ter escapado incólume ao acidente com o Marbella.







5. 1992 (Março) Comprei o Lada Samara, verde metalizado. Era giro e confortável.







6. 1995 (Março) Comprei o Seat Toledo, de cor cinzento metalizado. O primeiro com ar condicionado. Era espaçoso, robusto, confortável. Coincidiu com a compra do primeiro computador, um HP, e do primeiro telemóvel, um Motorola pesadote. Andava nas nuvens, todo contente. Parecia um advogado de sucesso.







7. 1998 (Julho) Comprei o Rover 414 Saloon, branco. Muito giro e confortável, embora sem aquela sensação de robustez do Toledo.





8. 2000 (Abril) Comprei a Kia Carnival. Cinzento claro metalizada. Um espectáculo de monovolume, de 7 lugares, a gasóleo. Adorei. Cabia lá dentro tudo o que se pudesse imaginar ( e quase toda a família...).







9. 2001 (Outubro) Comprei o Honda Civic, azul escuro metalizado. Pequeno, lindo, confortável e seguro. Gostei muito dele. Foi o primeiro que comprei com a Conceição.






    10. 2004 (Abril) Comprei o meu primeiro jipe. Suzuki Gran Vitara, 3 portas (41-34-XI) a gasolina. Azul escuro metalizado, com saias prateadas. Muito divertido de conduzir, na cidade, em estrada e no campo. 






     11. 2010 (Agosto) Troquei o meu jipe Suzuki pela carrinha Renault Laguna, cinzento metalizada (19-06-PG) a gasóleo. Confortável, espaçosa e muito agradável de conduzir.



Em 13 de maio de 2014 fui com a Conceição a Odivelas e trocámos a Laguna por esta Nissan Primera (73-78-RV).


 
 
 
 
Em 2015 comprámos este:
 
 



Em 2020, este:


 
 
 

Labels:


 

Casas da minha vida

As casas que habitámos
ainda nos habitam


José Mário Silva


As casas que habitei já não me habitam:

Rua Nova, 6, Jungeiros
Rua Luis de Camões, 47, Aljustrel
Rua dos Anjos, 35, Lisboa
Rua Basílio Teles, 9, Lisboa
Praça da República, 11, Beja
Praça do Ultramar, 2A, Beja
Rua Barão de Alcantarilha, 16, Alcantarilha
Travessa Almeida Garrett, 4, Beja
Rua Bento de Jesus Caraça, lote 5, 1.º andar, Beja

Rua António Sardinha, 43, Beja
(Esta que habito, gosto dela, agradeço-lhe as comodidades. Depois, seguirei para algures e não levarei saudades, nem delas nem de mim, porque nunca levo bagagem emocional; vivo tudo o que tenho para viver, em cada momento e lugar. Depois sigo adiante para o sempre novo.)



PS - Em 2011, após o enfarte que sofri, quase me mandava para a última morada. mas não. Da António Sardinha em Beja, mudámos para Cuba, Rua de Beja, de 41-A, em Novembro de 2011.
E em Janeiro de 2013 mudámos de novo para a atual casa - Rua Professor Bento de Jesus Caraça, Lote 5, r/c, Beja.

Labels: , , , , ,


This page is powered by Blogger. Isn't yours?