Monday, February 24, 2020
Para a história
1 de setembro de 2014, o primeiro advogado de Jungeiros.
8 de outubro de 2016, ano da vitória no Euro e da nossa mudança para Aljustrel.
Friday, February 21, 2020
Autogestão
Gerir o corpo é
melhorar os seus modos de uso. Um processo conducente a uma maior
consciência (em vez de automatismos) de como nos movemos, como são
as nossas posturas corporais, da quantidade e qualidade do sono que
lhe permitimos, como alternamos movimento e ação com repouso e
quietude, que alimentos ingerimos para permitir adequada nutrição,
sem grande comprometimento da saúde, evitando excessos.
Gerir melhor a mente é
perceber que ela é um extraordinário instrumento de adaptação à
vida e aos múltiplos contextos e desafios que nos vão sendo
apresentados. Mas perceber também que ela tem limites, que usa
sobretudo conhecimento acumulado, por vezes insuficiente ou
inapropriado para as novas situações. E que, apesar de poder
projetar o futuro, antecipando cenários para fazer escolhas no
presente, muitas vezes nos sobrecarrega com medos e ansiedadees
desnecessárias, geradas pela sua própria dinâmica interna, sem
suporte real. A mente deve ser gerida de forma a ser usada para nos
ajudar. Mas quando gera negatividades (medos e inseguranças, por
cenários hipotéticos), devemos saber relativizar, mudar o seu
padrão de funcionamento por forma a desviar o foco desses mecanismos
de desgaste inútil de energias.
Gerir melhor as emoções
é mais difícil. Elas parecem surgir de um modo incontrolável e
dominam-nos de formas aparentemente irresistíveis. Frequentemente, é
a relação ou a interação com os outros que gera as reações
emocionais, positivas ou negativas com que temos de lidar. E não
fomos treinados para isso. Mesmo assim, vale a pena aprender a gerir
as nossas emoções. As que nos causam satisfação não são
problemáticas, mas mesmo assim devemos temperar o entusiasmo.
Excessos não são boa “política” em matéria alguma. As emoções
negativas são muito mais difíceis de gerir. Não adianta mudar de
cenário, que elas vão connosco. Se percebemos que são o stress dos
outros, os medos e proconceitos dos outros e as suas atitudes que nos
provocam a reação emocional negativa, devemos entender que estamos
a dar-lhes demasiado poder sobre o nosso “ambiente emocional”. E
isso é algo que nos pertence e somos nós que ditamos como ele deve
ser e evoluir. Usar de gentileza, respeito e franqueza
(salvaguardando a nossa identidade e privacidade) geralmente ajuda a
desanuviar ambientes menos confortáveis e a reduzir a
conflitualidade, aberta ou latente, entre as pessoas. O uso moderado
do humor é uma das melhores armas para desarmar as atitudes mais
reservadas ou desconfiadas dos outros em relação a nós. Saber
ouvir é também um trunfo as relações interpessoais. Ter paz
interior e exportar um pouco dela para os outros, em vez de importar
a turbulência alheia é uma maneira de atenuar negatividades e
amenizar as relações humanas.
Estamos culturalmente
formatados para usar a estranheza com estranhos (e tantas vezes o seu
reverso, a familiaridade excessiva com os conhecidos). Devíamos
treinar-nos a usar a familiaridade (moderada) também com estranhos.
Creio que isso promove um bom clima emocional em ambos os lados, para
benefício comum.
Finalmente aprender a
gerir melhor a energia vital. Temo-la, desde antes do nascimento e
vai connosco enquanto vivermos. Mas não sabemos lidar com ela. De
resto, ela não é nossa. Ela é a energia universal, de múltiplas e
infinitas manifestações, que em nós assume e se exprime, em cada
tempo, de diversas formas. Trata-se de um fluxo variável, mas que
podemos incrementar, se sentirmos que é algo grande e poderoso, de
inteligência incorporada, que existe em toda a parte e assume em nós
uma presença e uma passagem com uma expressão única, mas tanto
mais poderosa quanto mais se alimentar da inesgotável e límpida
fonte. Identificar-se, harmonizar-se com essa fonte, deixar fluir em
nós essa energia inteligente, é dar-lhe a oportunidade de se
fortalecer e de nos fortalecer.
Tuesday, February 11, 2020
Igualdade e Desigualdade de Sexos
Nas sociedades de tipo
tradicional, existiu sempre (e perdura nas que seguem ainda este
modelo, muçulmanos e outros) a separação dos sexos. Na escola, no
trabalho, nas profissões. Mesmo nas sociedades modernas,
encontramos quase sempre a trabalhar nas oficinas somente homens,
exceto na parte burocrática (nos escritórios).
O desenvolvimento, em
separado, de homens e mulheres fez escola muito tempo (ainda era
assim na minha escola primária dos anos 60 do século XX). No mundo
do trabalho também. Somente de forma gradual as mulheres foram sendo
admitidas nas áreas que eram fortemente conotadas com a energia
masculina – magistraturas, forças armadas e de segurança, etc.
Percebe-se a lógica –
algumas atividades são preferidas pelos homens, os detentores
maioritáros da energia masculina, porque exigem requisitos e dão
compensações em sintonia com esta forma de energia (força,
competitividade, agressividade, conquista, intrusão, domínio).
Da mesma forma,
profissões que exigem requisitos e dão compensações em sintonia
com a energia feminina, continuam a ser desempenhadas
maioritariamnete por mulheres – ensino, sobretudo nos níveis mais
jovens, cuidados infantis, cuidados a idosos, cuidados de saúde, ao
nível de enfermagem, etc.. São características da energia feminina
o amor, a recetividade, a aceitação, o acolhimento, a compreensão,
a empatia, a doçura).
É desejável o
desenvolvimento em conjunto de ambas as energias. Até porque elas
estão presentes, sempre, em ambos os sexos (a masculina
predominantemente nos homens, a feminina predominantemente nas
mulheres).
Nas profissões, acaba
por ser um desenvolvimento natural que os homens prefiram umas e as
mulheres outras, sendo certo que a imensa maioria das profissões
pode ser bem desempenhada por qualquer dos sexos.
Apesar da igualdade
(igual dignidade) de homens e mulheres, persiste a diferença, que
deve ser aceite e entendida, decorrente da diversa distribuição
natural das duas formas de energia (masculina e feminina). Ambas são
igualmente necessárias e a harmonia entre elas é uma base
fundamental para a harmonia social e entre sociedades.
Continuaremos a ver
homens predominantemente nas oficinas, nas forças armadas e de
segurança, nos bombeiros, nas minas, na construção civil, na
metalurgia, na recolha e tratamento do lixo, nos desportos. E
mulheres, nos cidados domésticos, nas artes, no ensino, na
enfermagem, nos cuidados infantis, a idosos, etc.
Tudo isso é natural e
bom. Respeita a igualdade e a desigualdade dos sexos.
Nota. A diversa
distribuição das energias masculina e feminina por homens e
mulheres não determina as preferências sexuais de cada um, que é
outro departamento.
Do ponto de vista do
desenvolvimento espiritual, cada pessoa, homem ou mulher, deveria
desenvolver em si ambas as energias, até talvez, desejavelmente, se
equipararem, como as duas asas da ave, que devem ser de tamanho
idêntico, pois só essa harmonia lhe permite voar. Similarmente, o
espírito só levanta voo se tiver desenvolvido na mesma proporção
ambas as energias. Shiva, deus fundamental da trilogia hindu, é
metade homem, metade mulher. Simboliza talvez o modelo ideal de
presença equilibrada, em cada ser humano, de ambas as energias.
Mário Quintana e eu
Venho do fundo das Eras,
Quando o mundo mal nascia…
Sou tão antigo e tão novo
Como a luz de cada dia.
Mário Quintana
Forças Superiores da Existência,
Dentro e fora de mim,
Agradeço este Presente
E o Passado que o permitiu,
Desde o fundo do Tempo.