Wednesday, November 15, 2006

 

Apolo

Ontem vi na rua um cãozito de pequeno porte, roliço, de pernas curtas e de pêlo curto amarelado.
Lembrei-me do meu Apolo. O meu cãozito de estimação.
Sempre gostei de cães. Na minha infância e adolescência pedia por vezes aos meus pais que me arranjassem um. Mas nada feito. Lá pelos meus 17 anos, em Abril de 1978, convenci os meus pais a deixar-me levar para casa o Apolo, um cãozito fofíssimo com dois meses.
A nossa paixão mútua foi crescendo de dia para dia. Meteu-se o Verão, ele crescia e ficava esperto, ia comigo para todo o lado. Fiz 18 anos em Junho, tirei a carta de condução e o Apolo passou a viajar comigo no lugar do pendura, todos os dias.
Era um cão tão simpático que cativava todas as pessoas e todos os cães. Nunca vi cão mais lindo, esperto e simpático.
Mas o destino ou algum diabo mal-intencionado resolveu interpor-se nesta história: Em Setembro, com sete mesitos, morreu atropelado debaixo da roda de uma carripana velha, num caminho rural.
E o pior é que quem estava ao volante era eu.
Ter tido este amigo de quatro patas e tê-lo perdido assim ensinou-me algumas coisas que de outra forma não entenderia. Essencialmente, que se pode amar um animal. E que perdê-lo pode representar um sofrimento maior do que a perda de um familiar, mesmo próximo. Habilitou-me a entender outros em circunstãncias idênticas. Mas, confesso, preferia continuar ignorante. O preço foi alto demais.

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